A Educação Ambiental nas empresas

A educação ambiental é definida como “os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade” – Lei 9.795/1999, artigo 1º.

Os objetivos são desenvolver a compreensão integrada do meio ambiente em suas relações ecológicas, psicológicas, legais, políticas, sociais, econômicas, científicas e culturais; incentivar à participação individual e coletiva, responsável e permanente e a qualidade do meio ambiente como valor inseparável da cidadania; estimular a cooperação e a busca de uma sociedade fundada nos princípios da liberdade, solidariedade, democracia e justiça social; integrar a ciência e tecnologia; fortalecer a cidadania, autodeterminação e solidariedade como fundamentais ao futuro com desenvolvimento sustentável.

As atividades empresariais devem incorporar as dimensões ambientais e promover a responsabilidade socioambiental para a conservação, recuperação e manutenção das condições ambientais adequadas, inclusive dos recursos indispensáveis ao desenvolvimento econômico sustentável.

Uma das formas das empresas realizarem esta ação é através da adoção de programas e projetos de educação ambiental internos para os colaboradores diretos e externos para os públicos alvos dos seus produtos e/ou serviços, ou ainda de forma mais ampla, para as comunidades onde atuam. Este pode ser um diferencial importante na escolha dos consumidores e tornar-se uma vantagem competitiva significativa ao melhorar a comunicação interna e externa, a economia de recursos e as relações comunitárias.

Os programas de educação ambiental podem ser parte de projetos mais abrangentes como a gestão ambiental da empresa, auxiliando na capacitação dos colaboradores diretos e minimizando as possibilidades de conflitos externos com os consumidores e outras partes interessadas, inclusive com os órgãos ambientais e fiscalizadores, estabelecendo um canal qualificado de comunicação que pode ser avaliado periodicamente e realizarem-se as adequações necessárias.

A educação ambiental pode fazer parte da estratégia de marketing da empresa, agregando valor aos produtos e serviços. Também podem ser destacados aspectos específicos da política de meio ambiente das empresas, como por exemplo, o tratamento adequado para os resíduos da produção e pós consumo, sistemas de logística reversa e a economia de recursos naturais.

De acordo com a Norma Brasileira de Contabilidade NBC T 15, os investimentos e gastos nos programas de educação ambiental para empregados, terceirizados, autônomos, administradores da entidade e comunidades podem ser evidenciados na contabilidade ambiental das empresas e constarem em seus Relatórios de Responsabilidade Social e Ambiental, possibilitando a divulgação às partes interessadas – clientes, consumidores, fornecedores, distribuidores, órgãos ambientais, imprensa e outros.

A educação ambiental quando relacionada com a capacitação dos colaboradores, funcionários e recursos humanos é benéfica para a o conjunto dos empreendimentos. Este processo pode ser realizado através da implantação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA), de cursos, palestras, oficinas, da contratação de consultorias especializadas que gerenciam pedagogicamente estes processos educativos. No entanto, as pessoas responsáveis da organização precisam de alinhamento com estes princípios da responsabilidade ambiental e social, de comprometimento com o meio ambiente e com a sociedade, principalmente com os impactos das suas atividades e decisões econômicas.

Portanto, a educação ambiental é um instrumento eficiente e prático para divulgar as ações e os princípios do desenvolvimento sustentável empresarial, contribuindo decisivamente para a formação de uma imagem positiva das empresas, seus produtos e serviços.

Exemplos de ações de educação ambiental para o consumo racional da água nas empresas, indústrias e outros empreendimentos econômicos.

Campanhas de conscientização:
Envolver todos os funcionários — além de fornecedores e clientes — em uma grande campanha de conscientização é um passo importante para agregar os empreendimentos econômicos por completo na causa da economia da água. Ainda que algumas medidas sejam básicas, é importante começar a efetivamente poupar este recurso no dia a dia. Reuniões específicas com as equipes para tratar desta pauta, a criação e distribuição de cartilhas ou informativos sobre o tema, a instituição de metas de economia, são boas formas de engajar e esclarecer os colaboradores.

Revisão periódica dos vazamentos:
Vazamentos não identificados nas empresas e indústrias podem ser fontes de imenso desperdício, além de grandes prejuízos na conta do fim do mês. Uma única torneira pingando gasta uma média de 45 litros de água por dia, o que representa 16 mil litros desperdiçados por ano.

Os números são impressionantes, mas as medidas para evitar o problema são simples: conferir o hidrômetro com frequência, contratar uma empresa para a identificação de vazamentos e orientar os funcionários para avisarem sobre torneiras danificadas e manchas de infiltração são estratégias básicas e eficientes.

Aproveitamento da água da chuva:
Os benefícios são muitos e o investimento baixo. Após a instalação de um sistema de captação, a água pluvial pode ser utilizada para os mesmos fins da água de reuso convencional, poupando recursos e diminuindo as contas mensais. As águas das chuvas não devem ser drenadas para a rede de esgoto.

Reformas e adequações nos banheiros:
A substituição de torneiras e descargas sanitárias antigas por modelos mais eficientes representa um investimento compensador, principalmente em empresas de médio e grande porte. O impacto da economia de água pode ser altíssimo, considerando o número de funcionários que utilizam as instalações sanitárias diariamente. A opção por torneiras que funcionam em um sistema de pressão e descargas que possibilitam duplo acionamento são excelentes estratégias de economia. As torneiras de pressão economizam aproximadamente 20% quando comparadas aos modelos convencionais.

Projetos de reuso da água:
Ao optar pelo reuso da água, a empresa promove o reaproveitamento do recurso para outras atividades que não exigem água nobre, gerando economia, reduzindo drasticamente o consumo e ainda contribuindo para a prevenção da escassez. Ao instituir o tratamento dos efluentes produzidos, é possível direcionar a água resultante para tarefas cotidianas de uso geral, irrigação de jardins, limpeza de áreas e de maquinários. A economia, em termos econômicos e ambientais supera o investimento em pouco tempo.

Vantagens da Educação Ambiental nas empresas:
– Colaboradores e funcionários comprometidos com os objetivos da empresa;
– Boa imagem com os clientes, fornecedores e sociedade em geral;
– Marketing positivo das marcas, produtos e serviços da empresa;
– Vantagens competitivas em relação aos concorrentes;
– Aumento dos lucros e ativos da empresa como consequência do melhor posicionamento da marca, produtos e serviços no mercado;
– Redução das chances de acidentes ambientais e de problemas com a imagem da empresa;
– Melhor relacionamento com as comunidades adjacentes, desenvolvendo parcerias na preservação ambiental local;
– Maior controle dos aspectos ambientais da empresa, evitando-se multas e penalizações legais;
– Comprometimento com ações que preservam o meio ambiente e garantem um presente e futuro saudável, inclusive para as ações empresariais;
– Diminuição dos passivos e destaque dos ativos ambientais, agregando valor aos aspectos ambientais das atividades empresariais.

Extraído de Portal Eco Debate

Por Antonio Silvio Hendges

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