A sustentabilidade empresarial é um tema cada vez mais discutido em diversos fóruns nacionais e internacionais. Isto se traduz em múltiplas iniciativas destinadas a promover geração de valor empresarial além da visão tradicional, ou seja, a que incorpora fatores ambientais e sociais na estratégia central da gestão das organizações. No entanto, o compromisso com estas iniciativas por parte das empresas somente ocorrerá se forem capazes de visualizar de modo tangível os benefícios concretos que as práticas sustentáveis geram para o negócio no curto, médio e longo prazo.
Para as empresas, o desenvolvimento sustentável se apresenta como uma oportunidade de mudança e transição para uma nova forma de fazer negócios, novas formas de conviver na sociedade, desenvolver-se e crescer em um meio de concorrência onde todos possam ganhar de algum modo. O futuro competitivo da empresa depende cada vez mais de sua sustentabilidade, ou seja, da capacidade que possui para manter-se através do tempo, utilizando de forma responsável os recursos para sua atividade, criando valor para os grupos relacionados com a organização (stakeholders).
Na reunião da COP 21 em Paris, o setor privado assumiu o compromisso de contribuir com a luta global contra as mudanças climáticas. Para cumprir as metas estabelecidas, o esforço a ser empreendido deverá ser enorme e traduzir-se em mudanças substanciais nos processos produtivos e nas práticas empresariais, com a sustentabilidade transformada em importante ferramenta para aumentar a competitividade das empresas.
Com o desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação (TICs) destacou-se a figura do cidadão consumidor que não só reclama pelos seus direitos junto ao Estado, mas que também o faz diretamente às organizações empresariais, exigindo que estas assumam formas de produção mais limpas, inclusivas e transparentes como modo de enfrentar as mudanças climáticas e diminuir a pobreza.
Considerando este cenário, uma nova cultura empresarial surge tendo uma orientação gerencial e organizacional com base na sustentabilidade. É nesse contexto que surge a gestão estratégica da sustentabilidade que, na prática empresarial, facilita a integração da visão tradicional com a perspectiva do desenvolvimento sustentável.
O conceito de sustentabilidade envolve uma grande mudança e exige uma nova cultura focada na questão social, em particular na erradicação da pobreza. Está caracterizada por respeito à natureza e baseada em modelos econômicos, tecnológicos e regulatórios estabelecidos pela necessidade de combater as mudanças climáticas. Nesse sentido, as ações de enfrentamento das mudanças climáticas colocam às empresas a necessidade de assumirem um papel decisivo de liderança nesse processo, pois são o segmento mais dinâmico e com habilidade para inovar na sociedade.
A sustentabilidade aplicada à estratégia empresarial vai além do cumprimento das obrigações jurídicas, fiscais ou trabalhistas, sendo fundamental o aumento no investimento do capital humano, pois o desenvolvimento sustentável, compreendido como fim que orienta a ação, necessita profissionais capacitados para tomar decisões políticas, gerar programas e realizar ações que permitam relacionar-se com sucesso entre os diferentes grupos de interesse da organização, tanto no nível interno, como externo.
A organizações que adotam o conceito de sustentabilidade em sua estratégia e tomada de decisões entendem que a obtenção de benefícios continua sendo o principal objetivo das empresas, mas não sua única razão de ser, e optam por uma reflexão de longo prazo sobre as decisões e os investimentos estratégicos. Contribuem, desse modo, para criar uma alternativa de gestão onde as empresas podem administrar suas operações de modo a incentivar o crescimento econômico e a competitividade e ao mesmo tempo, garantir a proteção do meio ambiente e valorizar o impacto social da atividade empresarial.
Extraído De Portal Eco Debate
Por Reinaldo Dias