O motivo é o impacto na conta: segundo especialistas, os sistemas de captação geram uma economia de até 55% no consumo de água.
Para incentivar iniciativas assim, tanto em casas como em prédios, a prefeitura “escaneou” todos os telhados da cidade e criou um mapa de potencial de uso de água pluvial, que agora pode ser acessado no site do Armazém de Dados (www.data.rio). O estudo cruza duas informações — a média mensal de precipitação da região e o tamanho do telhado — para indicar a capacidade de captação, em litros. Além disso, cada telhado mapeado traz dados que permitem calcular o potencial de economia(confira a fórmula no infográfico).
— Com 20 minutos de chuva forte, dá para encher uma caixa de cinco mil litros. Se cada morador fizesse um telhado desse, imagine o impacto — diz Carlos Antônio, de 55 anos, ex-presidente da Associação de Moradores da Babilônia.
Com 49 metros quadrados (sete de largura e sete de comprimento), o telhado verde pioneiro na Babilônia foi construído sobre base de madeira, com quatro camadas para filtragem: grama, areia, terra e brita. Depois de passar por essas etapas, a água é conduzida por um cano até a caixa, onde passa por nova filtragem em areia e carvão.
— Para um projeto de captação, é preciso saber qual é o perfil de consumo, a área de captação e o perfil da chuva no local. Em um residência, a implantação custa até R$ 4 mil, e gera uma economia de 35% a 55% — diz Guilherme Cosentino, diretor técnico da empresa Cosch Água de Chuva.
Nos condomínios, o impacto pode ser maior. A conta de água é o segundo maior gasto condominial, de acordo com a Associação Brasileira de Administradores de Imóveis.
Leis contra perdas
Sancionada há três semanas, a lei federal 13.501 incluiu na Política Nacional de Recursos Hídricos o incentivo à captação, preservação e aproveitamento de águas. Na prática, estimula a criação de novas legislações estaduais e municipais sobre ao tema.
No Rio, a lei estadual 4.393, de 2004, já obriga empresas de construção civil a prover coletores de água de chuva em projetos residenciais com mais de 50 famílias ou comerciais com mais de 50m². Em nível municipal, a lei 5.279 de junho de 2011 exige que novas edificações criem alternativas para captação de água.
— É uma prática sustentável muito importante para o momento de crise hídrica que vivemos — diz Guilherme.
Na mesma linha de incentivar a economia do consumo, a lei federal 13.312, sancionada no ano passado, obriga novos condomínios a terem medição individual de água. A lei, no entanto, só entra em vigor cinco anos após a publicação e não atinge condomínios construídos antes dela.
Pedro Zuazo
Fonte: Extra Globo
Extraído de Tratamentodeagua.com.br